sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Computação Ubíqua

Um trabalho interessante que realizei foi uma iniciação científica na UNIFEI sob orientação do prof. Laércio Baldochi, sobre computação ubíqua.

Vou apresentar esse tema – computação ubíqua – segundo a proposta de minha iniciação científica:
A computação ubíqua tem se estabelecido como um novo paradigma de interação usuário-computador. Sua essência está em auxiliar atividades humanas de modo minimamente intrusivo, permitindo a integração transparente de tecnologia no cotidiano dos indivíduos [Weiser, 1991]. A computação ubíqua explora a utilização de novos dispositivos de interação, dentre os quais destacam-se os dispositivos portáteis, tais como celulares, palmtops e handhelds, e também superfícies eletrônicas em geral. Formas de interação mais naturais com esses dispositivos, baseadas em comandos de voz e interpretação de gestos, vêm sendo investigadas e constituem um tema de pesquisa importante nessa área.
Além de interfaces naturais, dois outros temas são relevantes para a área de computação ubíqua: ciência de contexto e aplicações de captura e acesso [Abowd & Mynatt, 2000]. Aplicações cientes de contexto são aquelas capazes de identificar pessoas e objetos, adaptando o ambiente a fim de atender as necessidades de seus usuários.

Já as aplicações de captura e acesso são utilizadas para permitir a captura e o acesso automatizados das mais diferentes experiências humanas, desde reuniões de trabalho até atividades educacionais em sala de aula. Gerenciando um conjunto de dispositivos ubíquos que incluem lousas eletrônicas, tablets, câmeras de vídeo e microfones, essas aplicações são capazes de registrar e armazenar diferentes fluxos de informação, permitindo visualizar posteriormente o conteúdo capturado em diferentes formatos de exibição.

As três grandes áreas nas quais se subdivide a Computação Ubíqua não são estanques. Uma aplicação de captura e acesso apresenta, em geral, interfaces naturais e processa informação de contexto. A representação, o armazenamento e o processamento de informação de contexto são problemas em aberto e têm sido objeto de investigação por diferentes grupos de pesquisa ao redor do mundo [Coutaz et al. 2005]

É um tema com muito campo de pesquisa, falando em termos acadêmicos. E na mesma época eu trabalhava com o mesmo professor com desenvolvimento de software que faça comunicação com Smart Cards.

Smart Cards são chips capazes de armazenar e executar aplicações computacionais, trabalhando com segurança robusta devido a criptografia utilizada nestes dispositivos.

Eu trabalhava utilizando Smart Cards com o SO MULTOS e utilizávamos uma API existente no Java 6 – javax.smartcardio– para realizar o acesso a tais dispositivos. No projeto de iniciação científica utilizamos Java Card dentro do cartão, JEE na aplicação que se comunicava com o cartão e Java Card RMI como middleware para tal comunicação.

O objetivo deste projeto é demonstrar a efetividade do uso de smart cards na construção de aplicações adaptáveis. Para tanto, o projeto utiliza de uma abordagem baseada na construção de um protótipo de software, que prevê a construção de aplicações de computação ubíqua adaptáveis às preferências e necessidades de seus usuários através do uso de smart cards para realizar a autenticação dos usuários e armazenar suas preferências pessoais.

Tal protótipo constitui-se de dois módulos: construção de uma aplicação web que permita a um usuário carregar e atualizar seus dados e preferências pessoais a partir de qualquer computador conectado à web; e construção de um componente de software responsável por comunicar-se com as aplicações de um smart card e recuperar dados pessoais do usuário, bem como suas preferências pessoais para diversas aplicações de captura e acesso, as quais se encontra habilitado a utilizar.

O projeto, financiado pela FAPEMIG, não foi concluído em vista de que surgiram oportunidades diferentes para mim. Entretanto, apresentei um pôster sobre este trabalho na Jornada de Iniciação Científica 2008 na UNIFEI. Seguem os links:
Se alguém se interessar em dar continuidade à pesquisas e trabalhos na área de computação ubíqua e/ou smart cards, favor entrar em contato que eu encaminho para o professor.

Referências bibliográficas:
  • Weiser, M. (1991). The computer for the 21st century. Scientific American 265(3), 94–104. Reprinted in IEEE Pervasive Computing vol 1, n.1, 2002.
  • Abowd, G. D. and E. D. Mynatt (2000). Charting past, present, and future research in ubiquitous computing. ACMTransactions on Computer-Human Interaction 7 (1), 29–58.
  • Coutaz, J., J. L. Crowley, S. Dobson, and D. Garlan (2005). Context is key. Communications of the ACM. 48(3), 49–53.